Bom dia minha gente querida!!! No Escritos de domingo, de hoje faço uma homenagem ao meu amado, querido e amigo progenitor. O ocorrido dessa semana (blog docetom1998 -Alzheimer - desaparecimento) trouxe-me à memória, enquanto percorria ruas, becos e marginais de rodovias, doces lembranças de um homem que num passado remoto, do campo, mãos calejadas pelo trabalho duro e que sempre soube transmitir ensinamentos para a vida toda.
Memórias de leitura
Foi um belo presente. Ela era bonita, colorida e com figuras
maravilhosas para meu olhar infantil. Tudo nela me encantava. Ganhei-a de meu
pai, que preocupado com meu aprendizado fez desse presente o instrumento para
minha iniciação ao mundo do conhecimento.
Lembro-me ainda dos recursos que ele usava para me ensinar.
Tais recursos podiam ser a caixinha do creme dental, papel de pão, lápis de
carpinteiro e os letreiros estampados nas sacas de arroz, açúcar e a própria
cartilha.
Estimulada, habituei-me a ler todas as letras que via.
Numa tarde, não sei se era verão, mas recordo-me que fazia
intenso calor, deitei-me no ladrilho refrescante da varanda de nossa casa e
fiquei a olhar para o teto. Já conhecia as cores e sabia contar algumas dezenas.
Gostava de alistar os nomes de todas as pessoas que conhecia e nesse exercício,
meus olhos passeavam pelas telhas de barro quando, num repente, se fixaram num
letreiro nelas gravados. Esqueci-me da lista e comecei a ler as letrinhas. Li
várias vezes e de várias maneiras: letra por letra, tentei juntá-las: CERÂMICA
MOJIGUAÇU ( naquele tempo, escrevia-se assim) e nesse momento as palavras desabrocharam e então vibrei: “ Já sei
ler”!!! Acabara de entrar num mundo mágico. Muita coisa começava a fazer
sentido, adentrava agora para um universo único para mim. Tinha quase cinco
anos de idade! Recordo-me de ser privilegiada na escola por já saber ler.
Como já traçava todas as letras do alfabeto, escrever as
palavras não foi difícil, juntar letrinhas era divertido! Quanta sabedoria num
homem simples de mãos calejadas, mas que soube muito bem, utilizando-se de coisas simples, próprias de seu cotidiano,
introduzir-me no mundo letrado.
O CAMINHO em meus primeiros anos escolares foi SUAVE.
Bom domingo a todos!!
Oi Direce, muito importante mesmo a leitura, ela abre nossa mente para novas idéias, conhecimentos, eu já incentivo meu pequeno, e cada letrinha que ele aprende fico feliz junto com ele!Com certeza seu pai é um homem sábio, e você se dedicou muito bem.
ResponderExcluirBjo e ótima semana!
É MUITO BOM LEMBRAR A NFÂNCIA QUANDO ELA FOI BOA NÉ AMIGA,BJS
ResponderExcluirQue sorriso lindo seu paizinho tem. E que história linda de criança você nos retratou tão bem. Ali naquele ladrilho refrescante da varanda, deu-se um momento mágico, o da alfabetização. Feliz de você que teve um pai ,que mesmo de mãos calejadas teve a sabedoria de incentivar a sua alfabetização auto-didata . Essa doença é ingrata, rouba do cérebro a lucidez e o raciocínio.Feliz do seu pai que tem a você e o seu eterno amor.
ResponderExcluirbeijos e feliz setembro
Zizi