Ela não era bela
Aprecio muito as personagens bíblicas, femininas. Aprendo com
elas. Tento interpretar suas experiências vividas e viajo em suas histórias,
seus acontecimentos, momentos de alegria, prazer, vitórias, tristezas,
desamparo, violência, desprezo e dores. Não muito diferente do que vive a
mulher na era pós-moderna. Hoje apresento mais uma dessas histórias.
Aquele olhar era diferente. Alguém disse que seus olhos eram azuis, muito azuis
e que seus cílios eram tão curtos que o piscar de olhos eram tão rápidos que se
tornavam imperceptíveis, por isso não a encaravam. O escritor bíblico vai dizer
que seus olhos eram “baços” ou fracos, sem brilho. Lia era uma moça obediente.
Tinha uma irmã mais nova descrita como “formosa de porte e de semblante”.
Durante sete anos ela presenciou o namoro da irmã, sabia da paixão entre eles
bem como a proximidade do casamento deles. Com certeza tinha seus sonhos,
queria apaixonar-se, amar, casar, ter a sua família, talvez partilhasse isso
com Zilpa, a serva da família. Com a proximidade do casamento da irmã,
iniciaram os preparativos da festividade. Uma surpresa lhe era reservada. Todos
festejavam, muito vinho. Numa trapaça de seu pai, ela foi dada como esposa ao
noivo da irmã. Sabia que não era amada por ele, mas sujeitou-se. Conviveu com a
irmã, dada também como esposa depois de uma semana. Sem beleza física, ignorada
pela irmã, desprezada pelo marido, mas não indiferente ao olhar do Criador, que
“vendo-a desprezada, fê-la fecunda...” Encheu-se de esperança de ser amada, era
mãe ao passo que sua irmã era estéril. Teve seis filhos e uma filha e louvou ao
Senhor por isso, tinha um coração agradecido e Deus a honrou sendo mãe da tribo
de linhagem messiânica: Judá da qual nasceu Jesus Cristo. Mãe de Levi, linhagem
de sacerdotes. Permitiu ser transformada pelo Senhor e viveu sob a vontade
divina, sabia que por Ele jamais seria desprezada, pois a beleza que possuía
estava em seu interior. Sua obediência e gratidão a Deus são destaques em sua
vida. Considerada a primeira esposa, teve funeral honroso, foi sepultada junto
aos sogros e avós de seu esposo. Deus sempre espera de nós, um coração
obediente e grato. Ele honrará os que nele esperam, que nele confiam.
Ótimo domingo!
bjs
Saudades de você Dirce
ResponderExcluirde seus escritos
e de seus artesanatos
estou voltando aos poucos pois torci o pé. É uma longa historia
mas voltando ao texto, percebo sim sua admiração pelas mulheres bíblicas e contigo aprendo sempre mais. São diferentes as culturas daquele tempo em comparação com o nosso, mas a fé essa é a mesma. Fé que nós mulheres temos que ter sempre, seja no matrimônio, na educação dos filhos, no viver diário e no desejo de ter um coração como Lia. Grato e obediente.
bjos
Zizi