sábado, julho 13, 2013


Mulher Campineira - Escritos de domingo

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Mulher Campineira
O que vou escrever hoje são experiências que vivi nessa cidade, quando aqui cheguei, há trinta anos. Não entendia porque uma das primeiras falas que ouvi sobre o povo campineiro foi: “É um povo muito fechado, difícil de fazer amizade com os de fora”.



Campinas é uma bela cidade. Tem lugares lindos, pontos turísticos e culturais, shoppings para todos os bolsos, faculdades, universidade pública, aeroporto, hospitais, suas principais atividades econômicas são a indústria, comércio, construção, serviços e tecnologia, tudo isso faz de Campinas uma cidade grande! Morei por alguns anos em seus arredores. Quando cheguei à região, vim trabalhar aqui. Fui dar aulas de artes, pinturas artesanais para uma loja de tinta em parceria com uma grande fábrica de produtos artesanais, isso em 1983. Campinas ainda não tinha atingido seu primeiro milhão de pessoas, mas pude conhecer um pouco do campineiro, mais precisamente da mulher campineira. Educada, reservada, elegante e altiva. Foram esses os predicados que eu, pobre moça, recém chegada do interior paranaense, alistei em minha simplicidade, desejosa de amizade, acostumada a conversar de igual para igual, a falar e ouvir. Refiro-me às minhas alunas, sim, para mim alunas, pois dava aulas, passava-lhes o meu saber, mas para elas eu era a empregada do ateliê, as conversas eram compartilhadas somente com a dona do recinto. Fizeram-me enxergar que elas eram assim, seu círculo de amizade era fechado. Por vários momentos me senti como uma intrusa. Mas, de certo modo, admirava e continuo admirando sua elegância e educação. Pensando bem, o povo campineiro viu o crescimento de sua cidade como viu também a chegada de pessoas de vários estados em busca de dias melhores. Hoje, em todas as camadas sociais, há uma mistura de sotaque, de cultura. É uma nova Campinas, uma cidade que acolheu e continua acolhendo. Muitos vêm a Campinas em busca de estudos, tratamento de saúde, empregos... Amo essa cidade. E a mulher campineira? Essa continua linda, educada, elegante... Parabéns, Campinas, pelos 239 anos!

3 comentários:

  1. Dirce,

    Se você autorizar, gostaria de colocar seu texto no meu post, claro, com o devido crédito a você!
    Sabe porquê?
    Foi a primeira vez que alguém escreveu algo que digo sempre...
    Ou seja, as características do povo campineiro antes da migração.
    Você detalhou muito bem o que realmente acontecia e talvez hoje também dá-se entre os campineiros mais antigos.
    O fato é que cheguei até a pesquisar sobre isso e descobri que é uma característica herdada dos barões do café, ricos fazendeiros monarquistas que residiam em Campinas.
    Quando digo que sou campineira, as pessoas de fora estranham pelo meu jeito de ser, pois sou aberta, descontraída.
    E quando comento sobre essa peculiaridade no povo campineiro, conhecido como "gente metida", eles concordam! Rsrsrs
    É engraçado, mas cada cidade tem sua própria marca, não é?
    E viva Campinas!

    Òtima semana!

    Bjksss

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  2. Parabéns pelo aniversário da cidade.
    eu conheci Campinas, só quando levava meu filho ao médico, que aí tinha os melhores na época.
    Campinas era passagem para eu ir a outras cidades, mas eu conheci alguns campineiros e era assim mesmo como você descreve. Morei em Atibaia, e lá a tradição era o nome das famílias. Quando ali cheguei vindo da capital S.P. perguntavam qual era minha família. Eu dizia dos Santos, conhecem?
    Não, não conheciam, Mas eu fui feliz ali em Atibaia.
    São tradições, são conservadorismos, completamente compreensíveis se amamos e abraçamos onde vivemos..
    Beijos
    Zizi

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  3. Amei.. eu como camipneira de nascimento.. agradeço em nome de todo povo campineiro. Obg ..mto grata !

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Diz o que achou. Gosto muito quando me deixam seus recadinhos, comentários...

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